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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Guia para promover empregos na economia verde


O relatório “Promover a segurança e a saúde em uma economia verde”, que acaba de ser divulgado  pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sustenta que, embora a “ecologização da economia não garanta automaticamente trabalhos decentes, seguros e saudáveis”, ela oferece uma oportunidade de aumentar a saúde e a segurança no emprego. Mas aproveitar o momento é preciso identificar os riscos profissionais já na fase de concepção dos projetos, recomenda o relatório.
A OIT acrescenta que o conceito de empregos verdes se refere a trabalhos que protejam a biodiversidade. Assim como atividades que desempenham um papel central na “ecologização” de certos setores, desde a mineração e a agricultura até a indústria e os serviços, como por exemplo, o setor de transportes. Segundo a OIT, isso tornaria possível reforçar e expandir a ideia de enfrentar vários perigos relativos à saúde, que vão desde as substâncias químicas e os pesticidas até a eliminação progressiva do amianto, e também contribuiria para diminuir as taxas de acidentes em setores como a mineração, a agricultura, a silvicultura e a construção.
O relatório analisa diferentes “indústrias verdes” a partir de uma perspectiva de segurança e saúde no trabalho (SST) e demonstra que embora os empregos verdes melhorem o meio ambiente, revitalizem a economia e criam oportunidades de emprego, também podem apresentar vários riscos, alguns desconhecidos, para os trabalhadores.
Ele ainda examina outros setores, como a gestão de desperdícios, no qual muitos trabalhadores pertencem à economia informal. Isto com frequência significa um prejuízo à saúde dos trabalhadores e de suas comunidades, e contamina em vez de proteger o ambiente: “Para que a coleta de lixo se converta em trabalho decente é necessário que as pessoas que se dedicam a esta atividade tenham a capacidade de se organizar e trabalhar em um ambiente mais favorável. Além disso, as crianças não deveriam estar autorizadas a entrar nos aterros de lixo”.
Para enfrentar esta situação podem ser implementadas várias medidas básicas e de baixo custo: instalações e equipamentos de maior qualidade; aterros melhor organizados; equipamentos de proteção; instalações para o asseio e a higiene; e formação e medidas básicas sobre segurança e saúde, particularmente quando se manipulam resíduos perigosos. Todas estas medidas contribuiriam para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida das pessoas encarregadas de recolher os desperdícios e de suas famílias.
“A transição em direção a uma economia verde supõe o estabelecimento de normas mais estritas de proteção do meio ambiente e, ao mesmo tempo, a integração da segurança e da saúde dos trabalhadores como uma parte essencial desta estratégia. A ‘ecologização’ da economia constitui uma plataforma ideal para a implementação de métodos dirigidos a proteger os trabalhadores, o meio ambiente e as comunidades”, afirmou o Diretor do Programa de Segurança e Saúde no Trabalho e Meio Ambiente da OIT (Safework), Seiji Machida. “Somente assim contribuiremos para obter um resultado ecologicamente sustentável e socialmente inclusivo. Somente assim conseguiremos trabalho seguro, saudável e decente em uma economia verde”.  

segunda-feira, 5 de março de 2012

Desafios e oportunidades que marcam a trajetória dos profissionais de sustentabilidade

Diante de um cenário repleto de oportunidades, esses profissionais enfrentam muitos desafios ao lidar com conceitos ainda pouco compreendidos



Eles são responsáveis por plantar a semente da sustentabilidade nas empresas, em instituições da sociedade civil organizada, no governo e na academia. Não importa em que local estejam atuando, sua visão de mundo está voltada às demandas do século XXI, ao desafio de aliar as dimensões econômica, social e ambiental. Às vésperas da Rio+20, um cenário de oportunidades e desafios abre-se diante dos profissionais de sustentabilidade.

“Nunca houve tantas vagas no mercado de trabalho como hoje para esses profissionais”, afirma João Francisco de Carvalho Pinto Santos, sócio-diretor da The Key – consultoria na área de sustentabilidade. Além do aumento das oportunidades de trabalho, ele destaca o atual contexto brasileiro, extremamente positivo para os profissionais da área.

“O Brasil está protagonizando um momento relevante, pois podemos ser os provedores de novas soluções para os desafios da humanidade e para o desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis”.

Para ele, o grande desafio dos profissionais de sustentabilidade hoje é tornar tangível o que pode parecer intangível aos olhos dos CEOs e acionistas, muitos deles ainda presos ao velho paradigma, em que tudo o que foge do ativo físico circulante deve ser administrado como custo. “Cabe a esses profissionais mostrar que a sustentabilidade é um investimento para a sobrevivência da empresa”, argumenta.

O desafio da sensibilização

Para Santos, esses profissionais têm o desafio de mostrar que a sustentabilidade se aplica a todas as áreas da empresa ou instituição em que atuam e que é possível mensurá-la por meio de indicadores. “O intangível tem que virar tangível”, diz.

Por isso, alcançar sucesso nesse trabalho de sensibilização torna-se ainda mais difícil quando se tem outra questão em jogo: a falta de alinhamento conceitual.

“O conhecimento nessa área ainda é incipiente, por isso temos grande dificuldade no alinhamento dos conceitos, o que gera uma dificuldade de entendimento”, esclarece Marcus Nakagawa, idealizador da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade – Abraps – e sócio-diretor do Setor i, empresa de gestão integral para o terceiro setor.

A Abraps possui um comitê da Rio+20 que está realizando um trabalho de coleta de postulados sobre sustentabilidade com várias grandes organizações. Nakagawa conta que, nesse trabalho, fica evidente a falta de alinhamento, pois um mesmo conceito é definido de diferentes maneiras pelas organizações.

“A base para qualquer trabalho é o alinhamento conceitual. É daí que surge o entendimento de como a sustentabilidade está presente no nosso dia a dia e como ela pode gerar resultados para todos”, defende.

Nakagawa afirma que atualmente nem todos compreendem os conceitos relacionados à sustentabilidade nem quem é o profissional que atua nessa área tão multidisplinar. “Acredito que daqui a 20 ou 30 anos, haverá um amplo entendimento sobre esses conceitos, que serão aplicados naturalmente em todas as rotinas de trabalho”, acredita.

Carreira nas médias e pequenas empresas

Nakagawa relata que de acordo com pesquisas realizadas pela associação cerca de 40% dos profissionais da área atuam em empresas ou consultorias. “Há um grande movimento de pessoas querendo atuar com sustentabilidade, gente migrando de outros setores. Todos querem trabalhar dentro da área de sustentabilidade das grandes empresas ou em consultorias que prestam serviços para grandes empresas”, afirma.

Apesar da grande visibilidade que as grandes empresas fornecem à carreira desses profissionais, Nakagawa diz que há um vasto campo a ser explorado nas médias e pequenas empresas, especialmente naquelas que são fornecedoras de grandes empresas e precisam se adaptar aos novos padrões de sustentabilidade.

“Um dos desafios da Abraps é apontar esses novos caminhos que se abrem nas médias e pequenas empresas”, conclui.

Portal HSM
23/02/2012