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terça-feira, 29 de maio de 2012

Raio-x da mão de obra na sustentabilidade


Raio-x da mão de obra na sustentabilidade

Pesquisa com profissionais de sustentabilidade mapeia a remuneração na área e a maturidade de grandes empresas brasileiras em relação ao tema


Entre os inúmeros desafios que permeiam o dia a dia de quem trabalha na área de sustentabilidade nas empresas brasileiras está a carência de informações a respeito do mercado. Para ampliar esse leque, a Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps) solicitou à equipe de consultoria em capital humano da Deloitte que realizasse uma pesquisa para melhor compreender como as grandes corporações remuneram os profissionais da sustentabilidade e qual o grau de maturidade delas em relação à sustentabilidade.

O gerente de capital humano da Deloitte, Fábio Mandarano, responsável pelo estudo, explica que foram selecionadas, em conjunto com a Abraps, 80 grandes empresas que já possuem áreas de sustentabilidade consolidadas, das quais somente 23 instituições aceitaram participar da pesquisa. Apesar do número reduzido, as empresas participantes empregam 387 mil funcionários e representam os grandes segmentos da economia brasileira. 

Principais resultados

Uma das conclusões é que a política salarial da área de sustentabilidade é compatível com a das demais. “A variação salarial se dá por nível e não por área”, explica Mandarano. Caem por terra, assim, as suspeitas de que exista uma subvalorização ou, ao contrário, uma supervalorização salarial no mercado da sustentabilidade. “Por meio dessa pesquisa, a Abraps visa cumprir sua missão de fortalecer o trabalho do profissional de sustentabilidade”, conta Marcus Nakagawa, presidente da entidade.

Além disso, o estudo também aponta que:

- 26% das instituições pesquisadas pretendem ampliar o quadro de profissionais da sustentabilidade em 2012;

- 65% das empresas possuem estagiários dedicados exclusivamente para a área de sustentabilidade, sendo em média dois estagiários por empresa;

- do universo total de 397 mil funcionários de todas as empresas pesquisadas, apenas 187 atuam a maior parte do tempo (mais de 70%) em atividades relacionadas aos assuntos de sustentabilidade.

Nível de maturidade

Outro destaque do estudo é a avaliação do nível de maturidade das empresas em relação às práticas de sustentabilidade. A metodologia desenvolvida especialmente para esta pesquisa classifica as empresas em três níveis: líder, maduro e em desenvolvimento. Ela foi apresentada aos entrevistados, os quais se encarregaram de autoclassificar as instituições. 

O levantamento apontou que a maioria das empresas encontra-se em fase avançada em relação à sustentabilidade, pois 17% se classificaram como “líder”, 52% como “maduro” e apenas 31% se autodeclararam “em desenvolvimento”. Confira, abaixo, os critérios utilizados para o enquadramento em um desses níveis e identifique qual o estágio de desenvolvimento da sua empresa. 


 Em desenvolvimento
 Maduro  Líder
 Estágio estruturado e integrado às demais áreas da empresa, visando o progresso contínuo Estágio estruturado por meio de ações realizadas de forma sistêmica, alinhadas com as estratégias corporativas Estágio com alto grau de maturidade e efetividade, considerado um referencial de excelência
- A estratégia é desenvolvida para a empresa como um todo, mas com uma visão de curto prazo (1-2 anos).
- Políticas e processos são estruturados e padronizados, restringindo a comunicação para algumas áreas da empresa.
- Os programas são realizados de forma descentralizada para cada área de negócio, porém visando o alinhamento com a estratégia corporativa.
- Todas as diretrizes com os papéis e responsabilidades são escritos e comunicados informalmente.
- A estratégia é desenvolvida para a empresa como um todo e com uma visão de longo prazo (+ 5 anos).
- As políticas são estruturadas e padronizadas.
- Todos os processos de trabalho são detalhados e bem definidos.
- Os programas são realizados de forma integrada e sistêmica.
- Todas as ações, bem como as diretrizes com os papéis e responsabilidades são escritos e comunicados de forma clara e transparente.
- A cultura de sustentabilidade é intrínseca e integral para todos os níveis da organização.
- As metas, métricas e indicadores são claros e com abrangência total da organização.
- A comunicação é estruturada e visa à integração total.
- São detentores e fornecedores de metodologias e ações inovadoras.


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